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quinta-feira, 19 de março de 2020

DIA DO PAI – 19 de MARÇO de 2020

MENSAGEM DA COMISSÃO EPISCOPAL DO LAICADO E FAMÍLIA PARA O DIA DO PAI – 19 de MARÇO de 2020

Pais Firmes, Fortes e Fiéis


É frequente ouvir relatos de “super mães” e “testemunhos heroicos” de mulheres que fazem de mãe e pai, devido à ausência da figura paterna. Haverá idênticos relatos sobre pais? 

Dos escritos do grande Nelson Mandela, sobressaem algumas cartas escritas na cadeia, onde, sem palavras de ódio ou violência, se dirigia às suas duas filhinhas de 8 e 10 anos. A esposa acabava de ser também ela presa e, numa dessas cartas, enaltecia perante as filhas a figura da mãe, para que não fosse esquecida ou mal-amada porque presa. “Terão de viver muito tempo como órfãs, sem um lar e sem pais, sem o amor e a proteção que a mãe vos dava. Não vão ter festas de Natal ou aniversário, não vão ter presentes ou vestidos novos… não se vão sentar à mesa com a mamã para saborear a sua comida boa e simples… não vai estar presente para vos contar histórias (... ) O que quero que tenham sempre presente é que temos uma mamã corajosa e determinada que ama o seu povo de todo o coração... Não se preocupem, meus amores, um dia vamos voltar”. Sem pensar em si próprio, quer que as filhas não deixem apagar a imagem da mãe. Pai ausente? Ausência é não ter amor para dar, nada a dizer! 

É igualmente nobre o relato recente de um pai que, tendo perdido a esposa ainda jovem e ficado com duas crianças de 9 e 11 anos, continuou com o mesmo amor, a fazer de pai e mãe, partilhando com alguns amigos que não estava preparado para muitas das novas tarefas. Para que nada faltasse aos filhos, deixava-se ajudar. Pai só? Responde ele: “Estar só, é não se deixar amar e não ter ninguém para amar!” 

Conta um outro pai que, depois de algumas dificuldades da vida em casal e algum tempo separados, conseguiu voltar a ler a sua própria história à luz de Deus e dar um passo mais decisivo no casamento. Deus voltou a dar-lhe a esposa e os filhos e, juntos, decidiram abraçar com mais força a vida de família. Ser pai é, também, ter a humildade de “pedir perdão e recomeçar”! 

No dia 19 de março, a Igreja faz memória de S. José, esposo de Nossa Senhora e pai adotivo de Jesus. É apontado como modelo de pai! Modelo, porquê? Por muitas palavras ou discursos? Dele, não se conhece qualquer palavra. Os quatro Evangelhos não relatam qualquer diálogo. Homem silencioso, soube garantir a estabilidade necessária à mais extraordinária família sobre a terra. Viveu para que Maria de Nazaré e Jesus tivessem uma casa, um lar carinhoso, o conforto e a proteção necessária. Então, porquê? Não deixa de ser uma provocação à própria fé e talvez até só compreensível no ambiente da mesma fé. Apetece perguntar-lhe: “José, que dizes de ti e de Maria”? Talvez respondesse: “já a conhecia e amava, mas o projeto de família foi-me dado pelo próprio Deus que me disse ‘não tenhas medo’ e eu aceitei!”. E que diria Maria? “Já conhecia e amava José, mas o projeto de família foi-me dado pelo próprio Deus que me disse ‘não temas’. Fui percebendo esse plano de Deus ao longo de toda a vida!”. Sem S. José, aquela família não seria a mesma coisa. 
Para fazer bela a família não são precisas muitas palavras, basta que cada uma seja amor. “Não tenhas medo...”. Foi um pai fiel quando lhe apeteceu abandonar Maria, grávida de Jesus, mas seguiu a voz de Deus. Foi pai forte quando teve de proteger a família e emigrar para o Egito. Foi pai firme quando perdeu Jesus na visita ao Templo de Jerusalém e o ouviu dizer que ‘tinha de pensar nas coisas de Seu Pai’. Quanta inspiração! 
O Papa Francisco tem à cabeceira uma imagem de S. José a dormir e a quem confia, em bilhetinhos colocados debaixo da imagem, as suas intenções, para que ele as resolva. Entretanto, o Papa dorme.... Bonita imagem! Até a dormir, um pai como S. José continua a velar! 

Nas dificuldades que as famílias hoje atravessam, pode até parecer que a figura do pai se eclipsou. Contudo, talvez em nenhuma outra época da história se tenha pedido tanto ao pai como hoje, e, da mesma forma, nunca tenha havido pais tão próximos e tão capazes de presença, tão corajosos no sacrifício, como hoje! Outros ainda não conseguem ou não perceberam quanto valem e quanto os filhos e a esposa precisam deles. 
Talvez os pais, as mães e as famílias precisem de mais ajuda e proteção. A legislação que favorece a licença do pai no nascimento de um filho é já um bom sinal da preocupação em envolver ou até recuperar a pessoa do pai desde o início. Há outros, mas são precisos mais! 
Numa sociedade aparentemente desorientada nos valores que suportam a vida humana, com políticas que favorecem uma liberdade que faça os indivíduos felizes no imediato, a sociedade precisa de famílias protagonistas, comunidades de amor com projeto duradoiro, sem pressas e com perspetiva!

Que S. José faça ver àqueles que geraram vidas, as adotaram ou vivem outro tipo de paternidade confiada e aceite com amor, o valor da própria vida oferecida pelo bem dos que formam a sua comunidade familiar. Que S. José os ajude a ter um BOM DIA DO PAI e a ser cada vez melhores pais”! 

Parabéns pais!!!

Link da imagem de S. José https://pt.aleteia.org/2015/03/19/a-imagem-de-sao-jose-dormindo-que-o-papa-franciscoguarda-no-quarto/ 

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